Citação literária

"A literatura, como toda arte, é uma confissão de que a vida não basta"

Fernando Pessoa

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Seminário promove diálogos com políticas públicas sobre o livro e leitura


Abertura do VI Seminário sobre literatura como direito humano com a participação do poder público e da sociedade civil. Fotos: Tayana Leôncio

Debater sobre o desenvolvimento e efetivação de políticas públicas de apoio ao livro e à leitura, como instrumentos de conhecimento, discernimento e possibilidades que gerem transformação social, foram os objetivos da sexta edição do seminário da Rede de Bibliotecas Comunitárias Tecendo Uma Rede de Leitura, realizado no dia 26/06, no Museu Ciência e Vida, no Centro de Duque de Caxias.

O seminário, que teve como tema “Literatura como Direito Humano: Diálogos com Políticas Públicas”, reuniu representantes do Poder Público e da Sociedade Civil da área de Educação e Cultura, além de uma de nossas gestoras, da Biblioteca Comunitária Josimar Coelho da Silva, Shirley Garrido, o consultor internacional em políticas públicas de livro, leitura, literatura e bibliotecas, José Castilho Marques Neto, a representante da sociedade civil no Grupo de Trabalho do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, Helenita Beserra, a representante da Rede de Bibliotecas Comunitárias Baixada Literária, de Nova Iguaçu, Monica Verdam, a coordenadora de Leitura Literária na Secretaria Municipal de Educação, Penélope Cavalcante, a assessora da presidente da Comissão de Cultura e Educação da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias, Thayza Fernanda, a secretária Municipal de Cultura e Turismo, Danielle Marques e o coordenador de Comunicação da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo,Wilson Wil. A mediação ficou com outra gestora de nossa rede, da Biblioteca Comunitária MANNS, Maria Chocolate.

“Nossa luta vem de muito tempo. Nós estamos crescendo, expandindo. Somos sete, entre espaços e bibliotecas, lutando juntos, e a gente tende a expandir cada vez mais. Porque a gente não sonha sozinho. A gente sonha alto e estamos de braços abertos para receber grupos e espaços que querem vir junto com a gente”, diz Shirley Garrido ao referir-se sobre a luta pelo livro e leitura como um direito.

Shirley Garrido fala sobre os objetivos da rede e a luta pelo PMLLLB.

O novo decreto, que formaliza o grupo de trabalho do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PMLLLB), foi publicado pelo prefeito no Diário Oficial, no dia 10 de junho, em que consta o esboço do plano com todas as informações e necessidades das cadeias mediadoras, criativas e produtivas.

“O ideal, para a gente, é uma biblioteca pública por cada distrito, mas que seja equipada e de qualidade. Porque só aqui no Centro não contempla muito quem está lá no terceiro ou quarto distrito. E, em nosso plano, tem lá, nossa meta, nosso sonho, que cada distrito tenha uma boa biblioteca pública funcionando, que as bibliotecas comunitárias se fortaleçam e cresçam e que as bibliotecas escolares cada vez mais, também, possam se fortalecer e crescer”, completa Shirley, dando início ao Seminário para a discussão entre esses diálogos e reflexões.

O consultor José Castilho ressaltou a importância dessa luta e o trabalho que deve ser feito em uma ação conjunta. “Os eixos do Plano são nossas conquistas, da sociedade brasileira, que vem lutando há anos. Quando se tem um plano, tem um eixo, um rumo, você sabe onde quer seguir. O Plano unifica as ações de cidadania e luta", afirma Castilho.

José Castilho conta a trajetória e conquistas do PNLL.

“Os alicerces vem da ação conjunta entre cultura e educação e entre Estado e sociedade. Nós não podemos perder esses alicerces. Construímos essa trajetória, nos últimos 15 anos, com esses alicerces. Cultura e educação têm que andar juntas. Estado e sociedade têm que andar juntas. Se falha um, pode até dar certo, mas alguma coisa vai faltar”, completou, lembrando toda a trajetória e luta do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).

Monica Verdam destacou algumas ações em conjunto que a Tecendo Uma Rede de Leitura e a Baixada Literária realizaram. Entre essas ações está o processo de aprovação do Plano a nível estadual. “Em 2016, quando nosso Plano foi aprovado (Nova Iguaçu é o único município do Estado do Rio que tem o PMLLLB aprovado), nós fomos lutar junto com a Rede Tecendo pela aprovação do Plano Estadual no Rio de Janeiro, que foi concretizado em dezembro de 2018. Ele foi aprovado com vetos orçamentários. Nós fizemos um movimento no início deste ano e a pauta voltou para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e os vetos foram derrubados”, lembrou.

Monica Verdam relembra as ações realizadas em conjunto entre as redes de Duque de Caxias e Nova Iguaçu.

“Temos que fortalecer Caxias para que seja o próximo município a aprovar o Plano. Um município de grande potência no estado. Nova Iguaçu e Duque de Caxias são de grande potência que podem fazer com que o estado do Rio de Janeiro seja mais valorizado”, afirmou em sua fala, Monica Verdam.

O coordenador de Comunicação Wilson Wil, em nome da secretaria de Cultura e Turismo de Caxias, destacou a importância do trabalho das bibliotecas comunitárias e a produção dos escritores. “A gente sabe da importância das bibliotecas comunitárias. Sabemos, também, que tem a questão das livrarias fechadas, a questão das gráficas, a produção... A gente que faz literatura tem que entender que existe o outro lado, da pessoa que cria a história, que possa realmente ter incentivo e proteção autoral”, disse.

Wilson Wil fala sobre a importância da proteção autoral do trabalho das bibliotecas comunitárias pelo PMLLLB.

“É tudo um trabalho intelectual, criativo, didático e pedagógico que a gente tem que ter na mente e fazer avançar. A gente precisa estar junto, a gente precisa buscar este objetivo para que a gente possa fazer este Plano muito alinhavado. Então, a gente está caminhando”, destacou.

A secretária de Cultura Danielle Marques lembrou dos recursos em que o edital do Fundo Municipal de Cultura está prevendo. “Nesse edital que a gente vai fazer pela primeira vez, 60% é dedicado para fomentar a cultura local e a gente votou para que todas as áreas da cultura fossem contempladas. A área da leitura é uma delas que a gente pode contemplar e a gente vai ter recurso neste edital para poder fomentar a cultura no município. Estamos pensando em valores, entre 5 mil e 10 mil reais”, explicou.

Danielle Marques fala sobre o Fundo Municipal de Cultura, que prevê orçamento para a área da leitura.

“As bibliotecas comunitárias fazem um trabalho como ninguém. Mostram para as crianças a importância do seu bairro, a importância do seu vizinho, da sua comunidade”, elogiou a secretária.

“Nós temos um Plano referencial que conta com a participação da sociedade civil dentro da elaboração. É no município, nesta territorialidade que acontece o Plano Nacional do Livro e Leitura”, afirma o consultor internacional José Castilho sobre o papel importante de se aprovar e executar um Plano Municipal, que atenda aos anseios de toda a cadeia do livro.

O Seminário teve como abertura a intervenção literária das nossas jovens mediadoras de leitura Leydmilla e Vanessa. além da participação dos coletivos Encantadores de Letra e do Clínica Rapsíquica, os poetas do vagão, que encerraram o evento.

Jovens mediadoras de leitura Vanessa e Luciana realizam intervenção literária na abertura do Seminário.

Clínica Rapsíquica, projeto do Coletivo Poetas do Vagão, encerra o evento.

Coletivo dos escritores de Duque de Caxias, Encantadores de Letra, presente com suas obras no VI Seminário.

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