Abertura do VI Seminário sobre literatura como direito humano com a participação do poder público e da sociedade civil. Fotos: Tayana Leôncio |
Debater sobre o desenvolvimento e efetivação de
políticas públicas de apoio ao livro e à leitura, como instrumentos de
conhecimento, discernimento e possibilidades que gerem transformação social,
foram os objetivos da sexta edição do seminário da Rede de Bibliotecas
Comunitárias Tecendo Uma Rede de Leitura, realizado no dia 26/06, no Museu
Ciência e Vida, no Centro de Duque de Caxias.
O seminário, que teve como tema “Literatura como
Direito Humano: Diálogos com Políticas Públicas”, reuniu representantes do
Poder Público e da Sociedade Civil da área de Educação e Cultura, além de uma
de nossas gestoras, da Biblioteca Comunitária Josimar Coelho da Silva, Shirley
Garrido, o consultor internacional em políticas públicas de livro, leitura,
literatura e bibliotecas, José Castilho Marques Neto, a representante da
sociedade civil no Grupo de Trabalho do Plano Municipal do Livro, Leitura,
Literatura e Bibliotecas, Helenita Beserra, a representante da Rede de Bibliotecas
Comunitárias Baixada Literária, de Nova Iguaçu, Monica Verdam, a coordenadora
de Leitura Literária na Secretaria Municipal de Educação, Penélope Cavalcante, a assessora da presidente da Comissão de Cultura e Educação da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias, Thayza Fernanda, a secretária Municipal de Cultura e Turismo, Danielle Marques e o coordenador
de Comunicação da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo,Wilson Wil. A mediação ficou com outra gestora de nossa rede, da Biblioteca Comunitária MANNS, Maria Chocolate.
“Nossa luta vem de muito tempo. Nós estamos
crescendo, expandindo. Somos sete, entre espaços e bibliotecas, lutando juntos,
e a gente tende a expandir cada vez mais. Porque a gente não sonha sozinho. A
gente sonha alto e estamos de braços abertos para receber grupos e espaços que
querem vir junto com a gente”, diz Shirley Garrido ao referir-se sobre a luta
pelo livro e leitura como um direito.
Shirley Garrido fala sobre os objetivos da rede e a luta pelo PMLLLB. |
O novo decreto, que formaliza o grupo de trabalho do
Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PMLLLB), foi
publicado pelo prefeito no Diário Oficial, no dia 10 de junho, em que consta o
esboço do plano com todas as informações e necessidades das cadeias mediadoras,
criativas e produtivas.
“O ideal, para a gente, é uma biblioteca pública por
cada distrito, mas que seja equipada e de qualidade. Porque só aqui no Centro
não contempla muito quem está lá no terceiro ou quarto distrito. E, em nosso
plano, tem lá, nossa meta, nosso sonho, que cada distrito tenha uma boa
biblioteca pública funcionando, que as bibliotecas comunitárias se fortaleçam e
cresçam e que as bibliotecas escolares cada vez mais, também, possam se
fortalecer e crescer”, completa Shirley, dando início ao Seminário para a
discussão entre esses diálogos e reflexões.
O consultor José Castilho ressaltou a importância
dessa luta e o trabalho que deve ser feito em uma ação conjunta. “Os eixos do
Plano são nossas conquistas, da sociedade brasileira, que vem lutando há anos. Quando se tem um plano, tem um eixo, um rumo, você
sabe onde quer seguir. O Plano unifica as ações de cidadania e luta",
afirma Castilho.
José Castilho conta a trajetória e conquistas do PNLL. |
“Os alicerces vem da
ação conjunta entre cultura e educação e entre Estado e sociedade. Nós não
podemos perder esses alicerces. Construímos essa trajetória, nos últimos 15
anos, com esses alicerces. Cultura e educação têm que andar juntas. Estado e
sociedade têm que andar juntas. Se falha um, pode até dar certo, mas alguma
coisa vai faltar”, completou, lembrando toda a trajetória e luta do Plano
Nacional do Livro e Leitura (PNLL).
Monica Verdam destacou
algumas ações em conjunto que a Tecendo Uma Rede de Leitura e a Baixada
Literária realizaram. Entre essas ações está o processo de aprovação do Plano a
nível estadual. “Em 2016, quando nosso Plano foi aprovado (Nova Iguaçu é o
único município do Estado do Rio que tem o PMLLLB aprovado), nós fomos lutar
junto com a Rede Tecendo pela aprovação do Plano Estadual no Rio de Janeiro,
que foi concretizado em dezembro de 2018. Ele foi aprovado com vetos
orçamentários. Nós fizemos um movimento no início deste ano e a pauta voltou
para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e os vetos foram
derrubados”, lembrou.
Monica Verdam relembra as ações realizadas em conjunto entre as redes de Duque de Caxias e Nova Iguaçu. |
“Temos que fortalecer
Caxias para que seja o próximo município a aprovar o Plano. Um município de
grande potência no estado. Nova Iguaçu e Duque de Caxias são de grande potência
que podem fazer com que o estado do Rio de Janeiro seja mais valorizado”,
afirmou em sua fala, Monica Verdam.
O coordenador de
Comunicação Wilson Wil, em nome da secretaria de Cultura e Turismo de Caxias,
destacou a importância do trabalho das bibliotecas comunitárias e a produção
dos escritores. “A gente sabe da importância das bibliotecas comunitárias. Sabemos,
também, que tem a questão das livrarias fechadas, a questão das gráficas, a produção...
A gente que faz literatura tem que entender que existe o outro lado, da pessoa
que cria a história, que possa realmente ter incentivo e proteção autoral”,
disse.
Wilson Wil fala sobre a importância da proteção autoral do trabalho das bibliotecas comunitárias pelo PMLLLB. |
“É tudo um trabalho
intelectual, criativo, didático e pedagógico que a gente tem que ter na mente e
fazer avançar. A gente precisa estar junto, a gente precisa buscar este
objetivo para que a gente possa fazer este Plano muito alinhavado. Então, a
gente está caminhando”, destacou.
A secretária de Cultura
Danielle Marques lembrou dos recursos em que o edital do Fundo Municipal de
Cultura está prevendo. “Nesse edital que a gente vai fazer pela primeira vez,
60% é dedicado para fomentar a cultura local e a gente votou para que todas as
áreas da cultura fossem contempladas. A área da leitura é uma delas que a gente
pode contemplar e a gente vai ter recurso neste edital para poder fomentar a
cultura no município. Estamos pensando em valores, entre 5 mil e 10 mil reais”,
explicou.
Danielle Marques fala sobre o Fundo Municipal de Cultura, que prevê orçamento para a área da leitura. |
“As bibliotecas
comunitárias fazem um trabalho como ninguém. Mostram para as crianças a
importância do seu bairro, a importância do seu vizinho, da sua comunidade”,
elogiou a secretária.
“Nós temos um Plano
referencial que conta com a participação da sociedade civil dentro da
elaboração. É no município, nesta territorialidade que acontece o Plano
Nacional do Livro e Leitura”, afirma o consultor internacional José Castilho
sobre o papel importante de se aprovar e executar um Plano Municipal, que
atenda aos anseios de toda a cadeia do livro.
O Seminário teve como abertura a intervenção literária das nossas jovens mediadoras de leitura Leydmilla e Vanessa. além da participação dos coletivos Encantadores de Letra e do Clínica
Rapsíquica, os poetas do vagão, que encerraram o evento.
Jovens mediadoras de leitura Vanessa e Luciana realizam intervenção literária na abertura do Seminário. |
Clínica Rapsíquica, projeto do Coletivo Poetas do Vagão, encerra o evento. |
Coletivo dos escritores de Duque de Caxias, Encantadores de Letra, presente com suas obras no VI Seminário. |
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